Existe viagem perfeita?

Nestes meses de projeto, me deparei com uma gama grande de relatos com enfoques e pontos de vista distintos. Apesar deles não falarem sobre os lugares visitados, todos apresentam uma viagem sem problemas, deslizes. Há uma sensação de que rolou AQUELA viagem, a mais incrível de todas, a perfeita. Porém, a gente bem sabe nessa vida que não há viagem perfeita.

Afinal, por que não contamos também o que deu errado em nosso roteiro? Não se trata de estabelecer culpados nem de apontar o dedo, mas assumirmos que as coisas não saem como planejamos e faz parte do processo de construção de ser o que somos.

Aproveito para enumerar alguns dos perrengues de viagem que passei:

  • Esqueci de levar dinheiro vivo para uma viagem internacional e só me dei conta disso quando o avião estava pousando em Buenos Aires.
  • Fiquei duas horas perdida pelas ruelas do bairro do Sacromonte em Granada porque além de estar sem internet e não saber ler mapas direito, me deparei com ruelas e casas todas brancas com o nome de Carmem.
  • Não sabia que para usar o cartão de crédito internacional fora do país, eu precisava fazer um aviso de viagem e descobri isso da pior maneira possível: o cartão bloqueou! Isso foi na terra dos portenhos também.
  • Enfrentei uma greve de carregadores de mala no aeroporto de Ezeiza que me fez esperar 3h ao lado das esteiras em uma madrugada de julho.
  • Cheguei em um hostel e fui surpreendida com o aquecedor desligado e um vômito do lado da entrada do banheiro! E, sim, eu pisei nele. Pra ajudar, na manhã seguinte, não tinha água quente.
  • Fui sem carta de recomendação e sem saber o endereço de hospedagem em Barcelona e meu coração quase saiu pela boca na imigração.
  • Tentei ir embora de uma festa em terras portenhas e dois caras pararam eu e minha amiga para perguntar se estávamos livres. Depois que peguei o táxi, descobri que o entorno era ponto de prostituição.
  • Fiquei presa em um apartamento alugado porque a minha roomate ficou bem louca e não voltou pra casa no dia seguinte.
  • Aterrissei em Santiago em pleno 1 de janeiro e quase eu e o boy passamos fome aquela noite. Por lei, os estabelecimentos não devem abrir. É feriado nacional!
  • Pedi uma tapa em Sevilha chamada ensalada rusa e quando comi, descobri que era salada de maionese com camarão e quase vomitei. (Sou vegetariana há 12 anos)
  • Em um restaurante árabe em Valparaíso, sem saber o prato que havia chegado na mesa, meti a boca numa sopa para experimentar. O charme pro futuro marido me deu aquela vontadezinha de vomitar de novo: era um caldo de carne.

É tanta história que daria um livro, mas por ora escrevo por aqui e te conto que não precisa se preocupar. O que faz da sua viagem incrível é todo o processo de autoconhecimento e descobrimento que ela te traz.

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