buenos aires argentina

Uma paixão hermana

Inverno de 2014. Lá estava eu, depois de um pé na bunda diante de uma traição exposta em redes sociais e amargando o fim de um relacionamento que entre idas e vindas me tomou cinco anos. O gosto na boca era um tanto ácido, quanto amargo. Em looping na minha cabeça, vinha o fato de como me deixei levar pelos abusos e fui aceitando a falta de limites, de respeito e por aí vai. Término acordado e eu tinha uma passagem para Buenos Aires, sete dias na capital portenha para aplacar o meu coraçãozinho magoado.

Em meio às vésperas do meu inferno astral, fui curtir alguns dias entre os hermanos que me acolheram tão bem quatro anos antes, quando resolvi em um dos términos com esse mesmo ex, fazer um intercâmbio depois de meses juntando uma grana.

Minhas primeiras horas em solo argentino não foram lá muito promissoras. Passei grande parte da madrugada no aeroporto, aguardando a minha mala chegar na esteira, pois estávamos em meio a uma greve dos carregadores de mala e não havia ninguém da companhia aérea que desse um apoio. Quando finalmente, dei aquela suspirada de cheguei no quarto do hostel, dei uma leve escorregada num vômito na frente do banheiro e encarei uma noite fria com o aquecedor desligado. Na manhã seguinte, a falta de água quente no hostel me impediu de tomar aquele banho reenergizante e em uma era sem smartphones porretas, eu corri para um locutório para conversar com a minha mãe e ponderar a minha vontade de sair correndo dali. E, claro, me perdi no caminho até o locutório e mesmo com o mapa em mãos, não sabia muito bem o que era Norte ou Sul.

Foi, então, que eu o vi. Tinha voltado da minha bateção de pernas pelo centro da cidade e havia acabado de descobrir que o meu cartão de crédito havia sido bloqueado, já que eu simplesmente não fiz um aviso de viagem, e sequer sabia que isso existia naquela época. (ah, esqueci de contar que não levei dinheiro em espécie e só lembrei disso quando estava aterrissando em Ezeiza!). Em meio a esse furacão, eu troquei olhares com um cara atrás do balcão. Mais velho, com mullets e cheio de sorrisos, ele me pareceu simpático. Me convidou para ir com uma galera do hostel para uma balada, já que teria que estar lá no outro dia pela manhã, pegando no batente e não valeria a pena a volta pra casa. Prometi me juntar ao grupo quando voltasse do meu jantar com show de tango.

Pois é, não tinha grupo nenhum para ir pra balada e ficamos bebericando alguns goles de Quilmes, conversando em espanhol, português, portunhol com alguns brasileiros. Foi quando me vi sozinha com ele e aí a história já pode ser completada. Uma semana doida de sorrisos, trocas de olhares e flertes em meio a um público que não sabia o que estava rolando, visitas à parques e uma despedida entre lágrimas (da minha parte, claro). Foi um daquelas loucuras, que nos dá borboletas no estômago, falta de ar e teve a intensidade da semana que durou.  Para não deixar de lado a passionalidade portenha, conto que soube no meio do caminho que ele era casado e tinha lá 15 anos a mais do que eu. A vida é mesmo muito doida, não é?

Meses depois recebi essa foto, da loja que ficava bem próxima ao hostel. Saudades bateu por lá…

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Coincidências dessa vida

 


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