Viajar

Por Fabiana Ferreira

Toda mulher já viajou sozinha. De casa pro trabalho. Da escola pro estágio.

Toda mulher já foi à Lua e voltou, em instantes, mexendo o brigadeiro na panela.

Viajar sozinha, por dentro ou por fora, para longe ou até a esquina, é essencial.

Não interessa muito o destino e nem faz diferença se a experiência foi bem sucedida.

É que a viagem, como a vida, só tem relevância ESTANDO nela.

Claro, planejar é importante, especialmente se de fato for uma viagem real, com passagem aérea e reserva de hotel.

Já fiz várias dessas viagens: sozinha no quarto ou no avião.

Em geral, lamentamos estar só. Para mim, porém, a solidão já foi um alívio! Lembro da viagem milimetricamente planejada com a colega da faculdade: 30 dias no nordeste, passando por Recife, Olinda, Maracaípe, Salvador, Porto Seguro. Eis que após as 40 horas no ônibus, me dei conta que a viagem que eu queria fazer não era a mesma que ela queria! Ai! Após a primeira semana, numa discussão na porta da pousada em Maracaípe, Pernambuco, ela arrumou as coisas e foi embora! Fiquei eu sozinha na praia deserta. Entretida com meu livro, minha rede e o dia inteiro de sol lá fora, foi a primeira vez que me lembro ter tido a sensação de alívio maravilhosa que a solidão traz! Estar só depois de dias tensos com alguém incompatível me revelou algo sobre mim mesma: eu era excelente companhia de viagem…para mim!

Nos dias seguintes, conheci turistas israelenses, me apaixonei perdidamente por 24 horas e o resto é história para mesa de bar! Dias depois, segui viagem para encontrar amigos, talvez um dos melhores verões da minha vida. Foi aí que a ideia de viajar sozinha ficou comigo para sempre. Anos depois, escolhi Natal, Rio Grande do Norte para uma viagem comigo do começo ao fim. Reservei pousada no final da Praia do Morro do Careca. A semana toda foi de leituras, caminhadas, sonecas e muito silêncio. A pousada, que não me lembro mais o nome, estava vazia, só mais duas famílias e eu. O local servia todas as refeições. Eu praticamente vivi ali. Os dias passavam, as pessoas me viam, e sabem como é, né? O ser humano é um bicho social. Os profissionais, garçons, faxineiras, seguranças, se tornaram ótimos companheiros de viagem. Em mais de uma ocasião, as duas famílias me convidaram a jantar com elas, compartilhamos vinho, histórias e risos. Havia dias que ficava no quarto só para ficar sozinha! Porque assim é a vida: ESTANDO nela, não há como estar só. Para isso, é preciso escolher ficar só.

Anda, mulher! Faça logo uma viagem sozinha: no chuveiro, no Jalapão. Faça a escolha de ir só, e ESTANDO lá, experimente o que acontece com você, humana, ao redor de outros humanos… vai, seja sua melhor amiga, se leve para a praia, peça um drink cor de rosa e assista ao pôr do sol em silêncio da varanda do seu quarto. Prometo, você vai (se) adorar!

 

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