Mulheres Viajantes: Quem conhece Malta? ~ Juliana Carneiro

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Malta

Estava decidida a fazer um intercâmbio para o Canadá, mas pesquisando em fóruns sobre o assunto me deparei com muitos brasileiros que não tinham conseguido visto para entrar no país. Isso me deu um pouco de pânico, e dando mais uma olhada num site de intercâmbio vi a cidade de St. Julians, em Malta.

Nunca fui boa em geografia e não tinha ideia de que existia um país chamado Malta, mais precisamente um arquipélago no meio do Mar Mediterrâneo. Deslumbrante. Com águas cristalinas e clima tropical. Adeus, Canadá. Olá, Malta!

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Balluta Church

Para chegar na ilha passei por alguns perrengues. Meu primeiro dia de viagem (a primeira viagem sozinha na vida) foi um pesadelo. Mas vou resumi-lo: fui parada na imigração, minha mala foi perdida pela companhia área (o que me deixou sem roupas por uma semana), o transfer me deixou no flat errado e só descobri horas depois de estar lá… Essas experiências me fizeram repensar se eu devia estar sozinha do outro lado do Atlântico, longe da minha família. Por duas semanas quis desistir do intercâmbio (que duraria dois meses) e voltar pra casa.

Ao contrário de tudo que li na internet antes de viajar, foi conhecer brasileiros por lá que me deixou melhor. Foram eles que me ajudaram a deixar o trauma do primeiro dia pra trás e não deixei de aprender inglês por fazer amigos brasileiros. Pelo contrário, percebi que saindo com brasileiros sempre tinha outros gringos e todos conversávamos em inglês. Então se você tá indo pra um intercâmbio: não evite os brasileiros. Eu fiz isso por duas semanas, e ficava sozinha dentro do apartamento sem companhia pra sair. Até que conheci uma brasileira na escola, que me convidou para me juntar a ela e seus amigos em seu apartamento numa tarde. Ela iria fazer caipirinhas, e eu brigadeiro. E lá japoneses fizeram sushi e outras coisas que não sei o nome, e italianos e colombianos colocavam músicas e todos conversavam. E naquele dia percebi que ao contrário do que os blogs de intercâmbio dizem, você não deve evitar os brasileiros.

E Malta é linda demais pra você ficar num apartamento. A região de St. Julians é cheia de gringos. Pelas escadas de Paceville você ouve diversos idiomas e vê pessoas de todos os tipos. Meninas andando seminuas de biquíni e outras com burca. Há muitos ocidentais no país. Muitos turcos e árabes. Então se você me perguntar como são os malteses, eu não sei te dizer. Mas uma coisa eu percebi, as pessoas não tem olham torto. Não importa se o seu shorts está curto. Ninguém olha. Não em Paceville. Mas talvez em outras áreas da ilha, com menos turistas, isso seja notado, não sei.

Malta tem muita história pra contar e é muito pequena. Em cerca de duas horas você atravessa a ilha de ônibus. Os malteses são muito religiosos, a ilha foi catequizada por São Paulo, que naufragou por lá há trocentos anos atrás. Dizem também que o pintor Caravaggio naufragou na ilha e se escondeu lá por alguns anos. A maravilhosa Saint John’s Co-Cathedral que fica na capital, Valletta, possui obras dele. Há também cidades medievais, como Mdina (a minha favorita) e um lugarzinho a lá 25 de março, a vila de pescadores de Marsaxlokk, que possui uma feirinha aos domingos com coisinhas bem baratas e restaurantes servindo peixes frescos maravilhosos. E as praias, e as outras ilhas que compõem o arquipélago, como Gozo (local de algumas gravações de Game of Thrones e o filme À Beira Mar, com a Angeline Jolie e o Brad Pitt) e Comino, a ilha de águas cristalinas onde foi gravado o famoso filme A Lagoa Azul. Malta é muito rica em história e com belezas naturais incríveis. Mas também tem restaurantes e baladas muito boas. A região de Paceville, onde ficam algumas escolas (inclusive a que estudei), também conta com uma rua só de baladas e bares. Quase todos eles com entrada gratuita. E é bem tranquilo andar a noite por lá ou qualquer outra hora do dia. Fiquei dois meses em Malta e não foram suficientes para visitar todos os lugares lindos da ilha. Apesar do início ter sido bem difícil, na hora de voltar eu queria ficar mais um pouco. Foi a melhor experiência da minha vida. E saí de lá com a promessa de retornar.

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Mdina

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